A eleição de Jair Bolsonaro em 2018 levantou preocupações sobre os possíveis impactos negativos de seu mandato sobre o meio ambiente. Durante a campanha, o candidato disse que "nem um centímetro a mais [seria demarcado] para terras indígenas", e que ele poderia pôr um fim ao Ministério do Meio Ambiente. Mais de três anos depois de ter sido eleito, poucos são os que defendem a atuação do governo sobre as questões ambientais, amplamente criticada no Brasil e internacionalmente.
Questões ambientais no contexto das próximas eleições presidenciais no Brasil: avaliação e perspectivas
Apresentação
A eleição de Jair Bolsonaro em 2018 levantou preocupações sobre os possíveis impactos negativos de seu mandato sobre o meio ambiente. Durante a campanha, o candidato disse que "nem um centímetro a mais [seria demarcado] para terras indígenas", e que ele poderia pôr um fim ao Ministério do Meio Ambiente. Mais de três anos depois de ter sido eleito, poucos são os que defendem a atuação do governo sobre as questões ambientais, amplamente criticada no Brasil e internacionalmente.
Com a preparação das campanhas para as eleições marcadas para outubro de 2022, o Colóquio propõe abrir a discussão entre pesquisadores e pesquisadoras de várias disciplinas, a fim de analisar o mandato do atual presidente e de compreender as mudanças que ocorreram ao longo do período e seus efeitos.
Essa chamada busca propostas baseadas em análise de dados, pesquisas de campo, ou no estudo das estruturas institucionais, políticas públicas ou atividade legislativa e judicial. As contribuições poderão enfatizar as dinâmicas e processos sociais e políticos em jogo (as relações de poder, estratégias, conflitos, resistências), bem como seus resultados e repercussões, ou ainda sua análise em uma perspectiva histórica mais ampla. Dessa forma, os trabalhos buscarão identificar continuidades e rupturas, avanços, retrocessos e desafios em vários contextos e em várias escalas, bem como as (novas) questões e perspectivas ambientais colocadas por esta eleição presidencial que se aproxima.
As propostas de contribuições podem, por exemplo, abordar os seguintes temas:
O Colóquio será realizado durante duas tardes (13h45 às 18h30, CET), nos dias 15 e 16 de setembro de 2022, no Campus Condorcet (Aubervilliers, França), mas também on-line, a fim de permitir a participação do público e dos palestrantes brasileiros.
Teremos o prazer de contar com a presença e participação de Susanna Hecht (IHEID, Genebra), coordenadora do Centro Brasileiro na UCLA (EUA), que fará a palestra de abertura.
Este evento é organizado com o apoio do Centre de Recherche et de Documentation sur des Amériques (CREDA - UMR 7227, Sorbonne Nouvelle), do Institut des Amériques (IdA) e da Associação de Pesquisa sobre o Brasil na Europa (ARBRE).
Chamada para propostas de trabalho
As propostas de comunicação (apresentações de 15 a 20 minutos) devem ser acompanhadas de um resumo de no máximo 600 palavras (título, assunto, metodologia, principais resultados, palavras-chave, referências bibliográficas), escritas em português ou francês e enviadas para jebresil2022@gmail.com. Os autores e autoras serão solicitados/as a indicar sua afiliação institucional, sua disciplina e a fornecer uma pequena biografia (máximo 10 linhas) destacando sua experiência. Além disso, todos os participantes serão solicitados a indicar se poderão financiar a sua participação no Colóquio nas datas indicadas. A participação presencial será privilegiada para pesquisadores e pesquisadoras residentes na Europa.
O prazo para a submissão de propostas é 14 de fevereiro de 2022. O comitê organizador dará sua resposta sobre as propostas selecionadas em meados de março.
Os proponentes dos resumos selecionados terão até maio de 2022 para fornecer a última versão de seu trabalho, que aparecerá no programa do evento.
Comitê organizador
Marion Daugeard, doutora em geografia, pós-doutora no Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília no âmbito do Observatório de Dinâmica Socioambiental no Brasil (projeto INCT/Odisseia) e pesquisadora associada no Centro de Pesquisa e Documentação sobre as Américas (CREDA) da Universidade Sorbonne Nouvelle; Lívia Kalil, doutoranda em ciência política no Centre de Recherche et de Documentation sur les Amériques (CREDA) da Universidade Sorbonne Nouvelle, em co-tutela com o Programa de pós-graduação em Ciências Ambientais (PROCAM) da Universidade de São Paulo (USP); Nathalia Capellini, doutora em História e pós-doutora no Centro Internacional de Estudos Ambientais (CIES) do Instituto de Estudos Internacionais e de Desenvolvimento (IHEID) em Genebra (Suíça) no âmbito do Projeto "AnthropoSouth": Latin American Oil Revolutions in the Development Century"; Marina Yamaoka, doutoranda contratual em ciência política no Laboratoire Interdisciplinaire Sciences Innovations Sociétés (LISIS) da Universidade Gustave Eiffel, atualmente coordenadora do pólo Brasil do Institut des Amériques (IdA).